O secretário de Estado da Segurança Pública
e da Defesa Social, Aldair da Rocha, convocou a imprensa na manhã desta
quinta-feira (25), para anunciar a suspensão da Força Tarefa, em cumprimento à
decisão judicial, além de esclarecer que os policiais do Batalhão de Operações
Policiais Especiais (Bope), não estão investigando crimes de homicídio, mas,
sim dando apoio na segurança das ações executadas. Ele comunicou que já
recorreu à Procuradoria Geral do Estado, para tentar continuar as
investigações.
A decisão de anular o trabalho da
Força Tarefa foi decretada pelo desembargador Vivaldo Pinheiro, que acatou os
argumentos apresentados no Mandado de Segurança impetrado pelo Sindicato dos
Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do Estado (Sinpol/RN),
indicando a possibilidade dos policiais do Bope exercerem funções
investigativas.
“O que o Sindicato dos policiais
civis está argumentado são inverdades. A Polícia Militar atua para ajudar no
cumprimento de mandados de prisão e reforçar a segurança das equipes em áreas
de risco”, explicou Aldair.
O Secretário desmentiu as alegações
do Sinpol-RN e destacou que cada instituição cumpre o seu devido papel na Força
Tarefa. “Nós sempre preservamos a autonomia das instituições, cada uma cumpre
suas atribuições, portanto, essa acusação do Sinpol é inverídica. Eu jamais
determinaria, assim como o delegado geral nunca autorizaria, que qualquer tipo
de investigação fosse feita pela Polícia Militar”, destacou.
Aldair da Rocha afirmou ainda
que irá cumprir a medida judicial, mas entrará com uma liminar junto à
Procuradoria Geral do Estado (PGE), para que esse posicionamento do
desembargador possa ser revisto. Ele aproveitou a ocasião para perguntar à
coordenadora da Força Tarefa, delegada Sheila Freitas, e ao comandante do Bope,
tenente-coronel Marcos Vinícius, se a Polícia Militar alguma vez realizou algum
tipo de investigação, o que foi negado por ambos.
A delegada Sheila Freitas reforçou a
posição do secretário Aldair da Rocha, reafirmando que nunca o Bope participou
das investigações feitas pela Força Tarefa e que a função do Bope é dar
segurança e proteção nas prisões realizadas. “É com muita tristeza que
recebemos essa ação do Sinpol, que não revela a opinião da maioria dos
policiais civis e causa um grande prejuízo às investigações”, disse.
Para a delegada, o Sinpol agiu de
forma “errônea” e “irresponsável”. Ela acredita que a suspensão da Força Tarefa
do RN vai aumentar a insegurança da população potiguar. “Essa medida vai por em
risco a população que vai ficar a mercê de bandidos de alta periculosidade como
também põe em risco até a vida dos policiais que trabalham na Força Tarefa”,
avaliou Sheila Freitas, destacando que houve uma significativa redução do
número de homicídios desde o início da atuação da Força Tarefa.
A entrevista coletiva também contou
com as presenças do Delegado Geral de Polícia Civil, Fábio Rogério Silva, e do
comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva.
Força Tarefa
A Força Tarefa foi instituída
segundo portaria nº 069/2013, publicada em março deste ano pela Sesed, com o
objetivo de investigar crimes de homicídio com autoria desconhecida e
características de execução, no prazo de 90 dias. A medida também visava
diminuir a criminalidade, bem como a sobrecarga de trabalho da Delegacia
Especializada em Homicídios (Dehom), até que seja implantada a Divisão
Especializada em Investigação aos Crimes de Homicídios. Integravam a Força
Tarefa equipes do Bope, Divisão Especializada de Investigação e Combate ao
Crime Organizado (Deicor) Centro de Inteligência da Sesed e do Instituto
Técnico-Científico de Polícia (Itep).
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